- Belinda Sodré? – surgia uma voz forte do meio do abismo.
Era um oficial bem trajado, alto, forte e armado, com roupas impecáveis como o seu orgulho, perguntando a uma mulher que aparentava insanidade completa, caída ou melhor, despejada em um banco de praça qualquer, com os cabelos bagunçados (tão eriçados que o termo chega a soar como elogio) e roupas esfarrapadas e imundas.
- Não! Pra você eu sou a princesa das esponjas falantes!
Ela tombou do banco e terminou com uma risada esquizofrênica e bêbada. Não, trêbada e estridente, melhor dizendo.
- É essa mesma, levem-na. – disse, virando-se para os outros dois que o seguiam.
...
E a liberdade dura pouco para os que entorpecem com a verdade.
...
- Acho engraçado...
- O quê, Bel?
- Meu amor por você seria imortal se ele simplesmente acabasse.
- Você diz que é como se a morte alimentasse uma esperança de que ele seria infinito? Caso um de nós partisse...
- O outro viveria de uma esperança que talvez não fosse verdadeira, porque nunca seria concluída.
- O para sempre sem sempre.
- Talvez a gente devesse se deixar, Fim...
- Mas por quê?
- Não quero que você pense que meu amor é infinito, meu amor é finito, sim.
- Mas é claro que é! Eu sempre soube.
- Soube?
- Onde o seu termina, o meu começa.
Ela me olhou dentro dos olhos e ficou assim por minutos, como que a garimpar uma pedra preciosa. Abriu um sorriso largo:
- Quero te dar um presente, mas você precisa me ajudar a construí-lo...
- E o que é?
- Um guarda-chuva!
- Hã?! Tá achando que vai chover durante muito tempo, é?
- Mais ou menos... É um guarda-chuva que chove dentro dele!
- Mas, Belinda, isso não é exatamente o contrário da função de um guarda-chuva?
- Acaba que é mesmo... Eu... Só queria te deixar algo para se lembrar de mim caso eu não volte mais para o nosso mundo...
- Algo de função oposta?
- Não, Fim! A chuva! Assim você pode me ter quando tiver saudade, é só me imaginar como ela.
- Imprevisível, inesperada e incrível... Você já é a chuva, meu amor.
- Ah... Fim... Vamos então...?
- Claro! Eu também tenho algo pra você, mas é segredo ainda...
- Já sei o que é... Os papéis que você tanto escreve e nunca me deixa ver...
- Vai chegar a hora, meu bem... Vai chegar...
- Ai... Tem algo que me diz que eu só queria que ela não chegasse...
- Acho engraçado...
- O quê, Bel?
- Meu amor por você seria imortal se ele simplesmente acabasse.
- Você diz que é como se a morte alimentasse uma esperança de que ele seria infinito? Caso um de nós partisse...
- O outro viveria de uma esperança que talvez não fosse verdadeira, porque nunca seria concluída.
- O para sempre sem sempre.
- Talvez a gente devesse se deixar, Fim...
- Mas por quê?
- Não quero que você pense que meu amor é infinito, meu amor é finito, sim.
- Mas é claro que é! Eu sempre soube.
- Soube?
- Onde o seu termina, o meu começa.
Ela me olhou dentro dos olhos e ficou assim por minutos, como que a garimpar uma pedra preciosa. Abriu um sorriso largo:
- Quero te dar um presente, mas você precisa me ajudar a construí-lo...
- E o que é?
- Um guarda-chuva!
- Hã?! Tá achando que vai chover durante muito tempo, é?
- Mais ou menos... É um guarda-chuva que chove dentro dele!
- Mas, Belinda, isso não é exatamente o contrário da função de um guarda-chuva?
- Acaba que é mesmo... Eu... Só queria te deixar algo para se lembrar de mim caso eu não volte mais para o nosso mundo...
- Algo de função oposta?
- Não, Fim! A chuva! Assim você pode me ter quando tiver saudade, é só me imaginar como ela.
- Imprevisível, inesperada e incrível... Você já é a chuva, meu amor.
- Ah... Fim... Vamos então...?
- Claro! Eu também tenho algo pra você, mas é segredo ainda...
- Já sei o que é... Os papéis que você tanto escreve e nunca me deixa ver...
- Vai chegar a hora, meu bem... Vai chegar...
- Ai... Tem algo que me diz que eu só queria que ela não chegasse...
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