PREFÁCIO

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Esse livro me pede uma franqueza que ninguém deve ter. Então, caros olhos que me acompanham, se você se sentir confuso e, talvez, encontrar semelhanças pessoais com os personagens, não entre em pânico, não é uma coincidência fatal. É só que a loucura é a realidade em outro formato e até mesmo as geometrias pessoais se encaixam.


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11.10.08

Mas os temporais acabam...

Belinda não chegou a ver a vida sem lembranças... A verdade é que, num desses tratamentos de choque, o pára-raios foi demais e o reloginho dela parou. Parou tão parado que não voltou mais. Sorte mesmo é que a hora que tanto temia não chegou também e ela não viu os papéis que você está lendo agora.

Não sei se foi ironia ou acaso, mas, ao que tudo indica, meus filhos de compadeceram da minha idade e resolveram me tirar do sanatório e colocar num asilo. A diferença é que minhas palavras deixaram de ser inválidas, ao menos pelas enfermeiras, e esse papo de fim da vida realmente cola até mesmo com pessoas não muito sentimentais, o que talvez justifique você estar lendo isso.
Talvez, somente talvez, porque essa história não é minha, leitor, é só da Bela. Ela, que tentava explicar que coisas de funções opostas e inexplicáveis são segredos poéticos, a pureza da retina do coração.
Belinda foi livre, tão liberta que me deu asas. Asas, leitor, impodáveis. A verdade é que elas podem nascer em qualquer um. Mas o que eu sei, não é mesmo? Continuo sendo apenas um velhinho sem importância com um guarda-chuva invisível.
Serafim Carmela.

3 comentários:

Lasevitz disse...

obrigado pelo laço. serviu para amarrar a pálpebra que andava aberta em demasia, guardando o pó de paisagens que se deixaram soltas por aí.

do seu livro, guardo comigo neste enquanto somente o guarda-chuva invisível, que me escapou aos olhos no pouco tempo que os últimos enquantos tem me dado e caiu em boa hora, segurando a chuva que teima em não despencar.

das asas impodáveis, tenho precisado. tenho estado sem palavras ultimamente. mas elas continuam voando por aí, se espalhando, ah, se espalhando, se espalhando. viu alguma por aí?

um rabisco,
R.

Bruno Lubrano DG disse...

Thank you very much. I'll read an watch your book with great pleasure!
In the meanwhile I wish you the best of luck.
Ciao
Bruno

Marília de Paula disse...

Parabens...
Você conseguiu encher o vazio com palavras,mas deixando a essência do vazio,que se condensa e forma sa palavras,mais tarde,quando estamos sozinhos...
Você deve saber como é...